quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

O INOCENTE

Capítulo II
Cena I
(Passaram dois meses depois da saída de João da prisão. Noêmia ainda tem esperanças de ele voltar para a cadeia)
(Casa de Noêmia. Chega Estela a pedido da mesma.)



(ESTELA) - O que a senhora deseja, dona Noêmia? Sou advogada de seu filho e ele me pediu sigilo total.
(NOÊMIA) - Acalme-se, querida. Não quero que quebre o sigilo que ele pediu. Só acho errado a você defender um bandido como ele.
(ESTELA) - E quem é a senhora para dizer isto? Se ele, for um bandido, já cumpriu sua pena. Mas é uma pena que haja bandidos que não foram presos, não é?
(NOÊMIA) - O que é que você está ensinuando?
(ESTELA) -  Nada, só estou dizendo um pensamento de meu cliente, acho que concordo com ele. Bem, se era isto que a senhora tinha para me dizer, passar bem! (sai)
(NOÊMIA) - Esta "advogadinha de merda"! Você e João ainda me pagarão caro por isso!


Cena II
(Joana, uma antiga empregada da casa, muito amiga de João, escuta e presencia a situação, e liga rapidamente às escondidas para João.)
(JOÃO) - Alô?
(JOANA) - Seu Jão! O senhor não sabe o que acabou de acontecer! Sua mãe e Dona Estela discutiram, mas acho que Dona Estela já se foi.
(JOÃO) - Mas, qual o motivo?
(JOANA) - Não sei. Acho que foi por causa da morte de seu pai. 
(JOÃO) - Ainda bem que ela já se foi. Até mais, e, obrigado por avisar.
(JOANA) -Esta situação vai se descontrolar, tenho logo de arranjar um jeito de falar com o Jão. Acho que hoje mesmo vou dizer toda a verdade sobre a morte do pai dele e sobre a mãe dele, que, infelizmente, ele nem sabe que existe.
(Entra Noêmia)
(NOÊMIA) - Se você fizer isso, não medirei as consequências, sua capacha. Tem de fazer o que eu mando ou conto para João que foi ideia sua ter escondido Dorotéia.
(JOANA) - Não importa. Demita-me, se quiser, mas eu vou falar com o Jão sobre a morte do Seu Marcelo e sobre onde está a mãe verdadeira dele.
(NOÊMIA) - Você não fará isto! Aguarde! (risos)


Cena III
(Casa de Bastião, um velho conhecido de Noêmia, que esconde Dorotéia, a verdadeira mãe de João)


(NOÊMIA) - Bastião?
(BASTIÃO) - O qué que a senhora qué aqui? A Dorotéia tá bem cuidada. Ela qué muito falá com a senhora.
(NOÊMIA) - Está certo, deixe-me entrar.
(BASTIÃO) - Vamo então.
(NOÊMIA) - O que você quer?
(DOROTÉIA) - Quero ver meu filho.
(NOÊMIA) - Em breve, quando você for para a cadeia e ele for te visitar, depois que eu dizer a ele que você matou Marcelo. Agora não tome mais o meu tempo senão eu te mato agora mesmo, sua inválida! Venha até aqui fora comigo, Bastião, quero lhe pedir um favor.
(BASTIÃO) - O qué que a senhora qué?
(NOÊMIA) - Quero que você rapte e traga para cá Joana, mas para que João seja incriminado. Vou tentar pegar impressões digitais dele com a polícia, essa parte pode deixar comigo.
(BASTIÃO) - Não vô fazê isso. A senhora sabe bem que eu amo a Janinha e sera incapaiz de fazê isso com ela.
(NOÊMIA) - Bem, você trabalha para mim, me deve favores, fui eu que te livrei das ruas.
(BASTIÃO) - pelo contrário, é a senhora que me deve. Esqueceu que eu sei mais detaiada a farsa que e senhora inventou pra morte do Marcelo? Agora que dá as carta sô eu. Agora passar bem! (sai).
(NOÊMIA) - Desgraçados todos vocês! Todos, sem exceção irão pagar por tudo que estão fazendo, ou não me chamo Noêmia!



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