segunda-feira, 17 de outubro de 2011

O CANTO QUE ENCANTA XIX - A FLOCK OF SEAGULLS

             A banda de New Wave "A Flock of Seagulls" surgiu em 1979 na cidade de Liverpool, Inglaterra. Foi iniciada pelos irmãos Mike e Ali Score. Mike tocava teclado, violão e era vocalista, Ali tocava bateria e seu amigo, Frank Maudsley, tocava baixo.
            Logo entraram para a banda Willie Woo e Mark Edmondson, que, por motivos de enfermidade, deixou a banda. Mas a banda não parou. Os membros começaram a compor canções. O guitarrista Paul Reynolds ingressa na banda. Logo a banda começara a tocar em clubes e recebera um contrato de gravação. Nesta lançaram um EP e mais duas músicas.
            Em 1982 gravaram "I Ran (So Far Away), que se tornou um sucesso mundial, atingindo a primeira colocação na Austrália e entrou para o top 10 nos EUA e na Nova Zelândia, país de maior sucesso da banda. Ao final do ano entraram  em grande sucesso na Inglaterra com "Wishing", que alcançou no top 10.
            Em 1983 não obtiveram tanto sucesso como no ano findado. Confrontando com a decepção de "Listen" neste ano, lançaram no ano próximo, 1984, "The More You Live, The More You Love". Esta música foi um sucesso, mas ops outros dois álbuns não fizeram muito progresso.
             Por causa da decadência nas vendas e perda de direção, mudaram-se para a Filadélfia. Em 1985 lançaram o fracassado e criticado "Dream Come True". Os membros foram se separando da banda e a formação original do "A Flock os Seagulls" se desfez.
             Durante 18 anos Mike Score trabalhou com vários músicos sobre o "A Flock of Seagulls banner". Fazia shows ao vivo e emitiam novas gravações.
             Em 2002 a banda foi revivida quando "I Ran" foi incluída num trailler de jogos. Em novembro de 2003 a formação original se reuniu novamente, fizeram alguns shows no ano seguinte, mas depois se separaram novamente.






           

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

LISBELA E O ROMÂNTICO - A MIRAGEM

         Sentado à beira do meio-fio do passeio da rua de sua casa, Lisbela contemplava a paisagem que sempre esteve lá, mas que, naquele dia, naquele momento, servia de ícone para que se imaginasse um futuro não tão distante. Aquela paisagem, típica de um dia ensolarado, quente e vivo, mostrava suas auroras e um deslumbrante pôr-do-sol. Ao menos era o que pensara Lisbela. Pude ver em seus olhos o reflexo do sol vermelho se pondo e sentir a energia amorosa que dela fluía em direção à mim. Era um amor puro, como o ar que a floresta do morro respirava e o perfume das rosas do oratório de Santa Teresinha. E assim continuou, e eu também ali, à espreita para que não me visse, continuei contemplando sua face Mariana e meiga, entre outras  virtudes que só a Mãe do Senhor pode ter mesmo. A tarde dava seu adeus e a noite entrava em cena,  nada nos atrapalhava, até...
         Até... Até... Até...Palavra mesquinha esta, em que se pode ter sentido de grandeza ou de barragem. No meu caso foi de barragem. Ai, palavras que me atormentam. Ai, momentos que me corroem por dentro. Ai, coração dividido. Não só o meu, mas o de Lisbela! Ao menos é o que sinto. Sim! Sim! Aquela donzela espelhada no brilho da Virgem, cujo olhar azul-céu fitava o sol vermelho e respirava o puro ar do morro! Sim! Naquele momento percebi que não era só meu coração dividido e minha timidez que impediam um feito maior de minha parte. Que não era só este caduco romântico que sofria. Ela também! Isto não me aliviou, e sim, gerou mais e mais situações no meu coração. A noite cada vez mais se aproximava, em que a pureza e a vermelhidão do sol davam lugar ao negrume da noite. Assim também acontecia com o meu coração. Ela não mais fitava com a ternura e o amor puros a paisagem que sumia em meio à noite. Olhava para baixo, como quem está muito pensativa. Penso eu que ela não deixou mais que o coração falasse. Optou pelo racionalismo e continuou com o compromisso que assumira meses antes de meu amor fluir. Diga-se de passagem que eu a amava bem antes de se inserir "até" na história, de ela se apaixonar (ou achar que se apaixonou) pelo Dito Cujo. O problema sempre é minha timidez.
           Dito Cujo! É assim que o chamo. Não o conheço, e também não pretendo fazê-lo. Nada contra a pessoa que serve como "até" na minha vida. Que me impede de realizar um dos feitos mais importantes de minha caminhada terrena. Que me faz olhar para toda esta véspera com seu lindo pôr-do-sol e ver somente o negrume de uma noite sem lua nem estrelas. Que me leva a conclusão de que tudo isto foi uma miragem, num imenso deserto chamado coração(Porém não preciso afirmar que seja um deserto, pois pode ser a cegueira incandescente que o amor proporciona e que me faz enxergar miragens). Não tem culpa no cartório. Somente é mais um ator na novela chamada amor. Pena que o amigo foi aparecer na novela errada...
          Não resta dúvidas de que Dito Cujo tomou o pensamento (não o coração) de Lisbela. Nem eu mais conseguia a concentração novamente. A noite já encobriu toda a paisagem e estávamos ali por falta de medo e pelas luzes que das casas vinham. A rua não era iluminada, então pude continuar escondido sem dar ares de  desconfiança. Passavam pessoas pela rua, os seus familiares gritavam pedindo sua entrada e minha mãe fazia o mesmo. Mas não nos importamos com isso. E ali ficamos por mais um bom tempo. Acho que ela travava (e ainda deve travar) dentro de si uma guerra, tal qual eu. E por isso estava tão pensativa. Ou queria mesmo pensar em Dito Cujo para esquecer o que o coração diria sobre isso. Não sei, só digo o que meu coração diz. Não tenho lugar para ninguém em meu pensamento, só no coração, e metade dele é de Lisbela, até hoje. A outra metade é milimetricamente dividida e se divide mais a cada dia.
           Final e infelizmente a impaciência tomou conta de nossos familiares e tivemos de voltar para casa. Certo de que ela não me viu, voltei para casa e olhei para o negro local do morro do ar puro e pensei: Será que é miragem mental ou verdade verdadeira? Não sei. Mas logo logo hei de saber, com ou sem os Ditos Cujos da vida ou os "atés" ou até eu deixar de ser prisioneiro do Romantismo e tomar alguma atitude parnasiana...